Parecem poucas as opções. As ruas, ao que tudo indica, não respondem mais. A defesa do ex-presidente já anunciou que ingressará com um novo recurso no Supremo e também trabalha com apelos a cortes internacionais. A possibilidade de qualquer revisão do veredicto, porém, é praticamente nula. Resta a esperança de que alguma solução venha da Casa Branca. As iniciativas anteriores, no entanto, não mudaram o curso da história. Mesmo submetido à Lei Magnitsky, o ministro Moraes não alterou o seu voto. Outros juízes do STF, afetados com o cancelamento de vistos, também não recuaram. O governo brasileiro, pressionado com altas tarifas de exportação, não mexeu uma palha para interferir no julgamento. Pior: Donald Trump ainda se sentou com Lula e anunciou a retirada de parte das taxações. Como o software bolsonarista roda em torno de conspirações, a esperança da vez reside na torcida pela materialização de um enredo rocambolesco, relacionado ao possível avanço das tropas americanas sobre a Venezuela. Em meio à escalada da tensão, o presidente americano disse que pode resolver a situação com o país vizinho ao Brasil “do jeito difícil”, o que alimenta as especulações entre os bolsonaristas de que o ditador Nicolás Maduro possa ser derrubado e a hecatombe atinja de alguma maneira Lula, que já foi um parceiro fiel do venezuelano, e mude todo o cenário político. É uma história que só faz sentido na cabeça de alguns apoiadores radicais do ex-presidente, quase em negação de uma dura realidade: Jair Bolsonaro, um capitão preparado desde cedo para a batalha, pode chegar ao fim da guerra derrotado, esquecido em uma cela e carimbado como um pária da história.