É uma mudança e tanto, impulsionada pelas circunstâncias atuais. Há alguns anos, a participação de Michelle numa corrida ao Planalto era sumariamente rejeitada pelo marido. “Ela não é candidata ao Executivo. Zero. Não sou eu que estou definindo, ela que não quer. Até para ser prefeito de Eldorado Paulista, a minha cidade, você tem que crescer mais e ter estômago para enfrentar uma Câmara de poucos parlamentares. Imagina como é enfrentar o Congresso”, disse Bolsonaro a VEJA dois anos atrás. Na mesma ocasião, concordando com o marido, Michelle afirmou não ter “sustância” para tamanha responsabilidade. Agora, a conversa mudou. “Ela é mulher, fala bem, é evangélica. Tem um carinho de uma parte considerável da população. Então, ela pode ser candidata? Não sei”, declarou Bolsonaro em entrevista na quarta-feira 14. Procurada por VEJA, Michelle não quis dar entrevista. Por enquanto, o ex-presidente trabalha para repetir a estratégia de Lula quando foi preso pela Lava-Jato e arrastar até o fim a sua candidatura, substituindo-a na reta final por um nome de sua estrita confiança — de preferência, alguém com seu sobrenome. Os filhos Eduardo e Flávio também são cotados. O deputado, porém, tem alto índice de rejeição, enquanto o primogênito já indicou preferir continuar no Senado.