Se não bastasse, há uma forte divisão dentro das legendas, o que faz com que os líderes tenham dificuldade para entregar os votos da maioria de seus correligionários. O União Brasil, criado em 2021 a partir da fusão entre PSL e DEM, até hoje não conseguiu uma coesão interna. Enquanto Caiado faz planos para derrotar Lula, outro cacique da sigla, Davi Alcolumbre, negocia espaço no governo e conta com o apoio do Palácio do Planalto para voltar à presidência do Senado. “O Congresso hoje é formado por partidos invertebrados, com chefes locais e sem as lideranças que estruturam a maioria. Neste cenário não há possibilidade de se fazer uma coalizão coerente”, afirma o sociólogo Sergio Abranches, responsável por cunhar o termo “presidencialismo de coalizão”. O cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, tem avaliação semelhante. “Nenhum presidente foi eleito tendo maioria no Congresso, mas, no passado, com um ou dois partidos, ele podia alcançá-la”, afirma.