O que aconteceu no estado vai se repetir em outros lugares do país caso as autoridades continuem se movendo apenas depois que as chuvas caem

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O roteiro é sempre o mesmo: ocorre uma tragédia ambiental, políticos e autoridades sobrevoam a região devastada, governantes declaram estado de calamidade pública e, como se não tivessem culpa no cartório, anunciam a liberação emergencial de recursos para remediar os estragos. Foi assim nas enchentes em São Paulo que resultaram na morte de 65 pessoas no ano passado. Foi assim quando fortes chuvas provocaram deslizamentos de terra na Região Serrana do Rio e 918 mortes. Está sendo assim, agora, no Rio Grande do Sul. No último domingo, 5, o estado recebeu uma comitiva formada pelo presidente da República, os chefes da Câmara, do Senado e do Tribunal de Contas da União (TCU), além de treze ministros de Estado. Com ares de consternação, eles saíram de Brasília às pressas com a promessa de socorrer os gaúchos no pior desastre natural de sua história. Líder da missão, Lula sobrevoou a capital, Porto Alegre, com o governador Eduardo Leite (PSDB), anunciou verbas bilionárias para as regiões afetadas e prometeu que finalmente sairá do papel um plano de prevenção para que “a gente pare de correr atrás da desgraç
Nenhum desses estados inventou a roda. O êxito é fundamentado em ações que deveriam ser básicas, como integrar as diversas forças de segurança e aperfeiçoar a análise das estatísticas para definir locais de maior criminalidade e vulnerabilidade social e planejar melhor as intervenções. Alocar recursos para a compra de armas e veículos e contratação de pessoal é outra ação primordial, assim como testar tecnologias modernas, como monitoramento por vídeo com inteligência artificial e equipamentos para aprimorar o trabalho de perícia. É fundamental ainda traçar estratégias para minar o crime organizado, separando líderes presos ou identificando (e impedindo) o financiamento das facções. Também é relevante o trabalho de apreensão de armas e drogas, esta a maior fonte de dinheiro dessas falanges e combustível que alimenta a espiral da violência no país.
